Você já se perguntou por que algumas pessoas sofrem de dores de cabeça intensas e pulsantes?
A enxaqueca, um distúrbio comum, pode surgir em qualquer fase da vida, mas é especialmente prevalente entre adolescentes e adultos jovens.
Curiosamente, as mulheres são mais propensas a experimentar essas crises debilitantes do que os homens.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, entre 5% e 25% das mulheres e de 2% a 10% dos homens convivem com a enxaqueca.
O que torna esse distúrbio tão peculiar, como ele impacta a vida das pessoas e como uma alimentação adequada pode ajudar na prevenção?
Acompanhe o nosso conteúdo e saiba mais.
O que é a enxaqueca
A enxaqueca, conhecida também por hemialgia ou migrânea, caracteriza-se por uma dor de cabeça que pode ser de intensidade moderada a severa. Essa condição é frequentemente acompanhada por sintomas adicionais.
Trata-se de uma doença neurológica, de origem genética e crônica, cujas crises podem se estender por até três dias. Embora possa surgir em qualquer fase da vida, é mais prevalente entre adolescentes, jovens e mulheres.
Durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre, as alterações hormonais podem desencadear episódios de enxaqueca, que tendem a reduzir nos períodos subsequentes. A supervisão médica é essencial, já que esses episódios podem indicar complicações gestacionais.
Existem três níveis de enxaqueca, que variam conforme o impacto na rotina diária. No nível leve, a enxaqueca não impede a realização das atividades cotidianas e é facilmente tratável, enquanto no nível mais grave, a pessoa pode ficar totalmente incapacitada, impossibilitada de executar qualquer tarefa.
Principais causas da enxaqueca
A enxaqueca é uma condição com múltiplos fatores envolvidos em sua origem, e muitas de suas causas ainda não são completamente compreendidas. Entretanto, já foram identificados diversos gatilhos que podem desencadear as crises, entre eles:
- Alterações hormonais
- Estresse
- Certos alimentos e bebidas
- Mudanças no padrão de sono
- Exposição a luzes fortes ou piscantes
- Cheiros fortes
- Fatores ambientais, como mudanças climáticas
- Consumo de cafeína e álcool
Os sintomas comuns da enxaqueca
Além de suas causas multifatoriais e gatilhos, a enxaqueca se manifesta através de uma variedade de sintomas que podem afetar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.
Os sintomas da enxaqueca podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos mais comuns incluem:
- Dor de cabeça intensa: Geralmente localizada em um lado da cabeça, mas pode ocorrer em ambos os lados.
- Sensibilidade à luz (fotofobia): Exposição à luz pode intensificar a dor.
- Sensibilidade ao som (sonofobia): Sons altos podem piorar os sintomas.
- Náuseas e vômitos: Sensação de enjoo é frequente e pode levar ao vômito.
- Distúrbios visuais: Como auras, que são manchas de luz ou formas que aparecem no campo de visão.
- Tontura ou vertigem: Sensação de desorientação e perda de equilíbrio.
- Fadiga: Sentimento de cansaço extremo, mesmo após a crise de dor ter passado.
A enxaqueca também pode se manifestar de várias formas, sendo as mais comuns:
Enxaqueca comum (sem aura)
Este é o tipo mais frequente de enxaqueca, caracterizado pela ausência de sinais de alerta antes do início da dor.
O principal sintoma deste tipo é uma dor pulsante em um lado da cabeça, frequentemente acompanhada por náuseas e sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (sonofobia). A dor pode ser intensa e durar de 4 a 72 horas.
Enxaqueca com aura
Este tipo inclui a presença de auras antes do início da dor de cabeça. As auras são sintomas neurológicos que geralmente precedem a dor.
Distúrbios visuais, como luzes piscantes, pontos cegos ou linhas em ziguezague, são comuns. Além disso, pode haver formigamento ou dormência em partes do corpo e dificuldades na fala. Esses sintomas aparecem cerca de 10 a 30 minutos antes da dor de cabeça e podem durar até uma hora.
Enxaqueca hemiplégica
Uma forma rara de enxaqueca que pode causar sintomas semelhantes a um acidente vascular cerebral (AVC), mas que são temporários.
A principal característica deste tipo é a fraqueza temporária em um lado do corpo (hemiplegia), juntamente com uma dor de cabeça intensa, problemas de visão e dificuldade na fala e coordenação. Esses sintomas podem ser alarmantes, mas geralmente são temporários.
Enxaqueca vestibular
Associada a sintomas de vertigem e desequilíbrio, esta forma de enxaqueca pode ocorrer com ou sem a presença de dor de cabeça.
Os principais sintomas incluem tontura ou vertigem, perda de equilíbrio, náuseas e sensibilidade à luz e ao som.
Esses episódios podem durar minutos ou horas e frequentemente ocorrem sem a dor de cabeça típica.
Enxaqueca crônica
Definida pela presença de dor de cabeça em 15 ou mais dias por mês, por pelo menos três meses, com características de enxaqueca em pelo menos oito desses dias.
A principal característica desta forma é a dor de cabeça frequente que varia em intensidade, acompanhada por sintomas como sensibilidade à luz e ao som, náuseas e, em alguns casos, auras.
Essa condição pode ser debilitante, impactando significativamente a qualidade de vida.
Compreender os tipos de enxaqueca e os sintomas específicos de cada um ajuda a reconhecer melhor essa condição e a buscar o tratamento adequado.
Isso pode levar a um manejo mais eficaz da enxaqueca, permitindo que os indivíduos afetados possam viver com menos interrupções em suas atividades diárias.
A relação da alimentação e enxaqueca
A enxaqueca é uma condição complexa que pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo a alimentação.
Diversos estudos indicam que certos alimentos e substâncias podem atuar como gatilhos para as crises de enxaqueca, exacerbando os sintomas e aumentando a frequência dos episódios.
A relação entre alimentação e enxaqueca começa com a identificação de alimentos específicos que possuem compostos capazes de desencadear crises.
Por exemplo, adoçantes artificiais presentes em chicletes, produtos diet e light são frequentemente citados como fatores desencadeantes.
Pesquisas realizadas confirmam que substâncias como aspartame podem agravar a condição.
Outro fator amplamente reconhecido é o álcool. Bebidas alcoólicas, especialmente vinho tinto, são conhecidas por provocar enxaquecas em muitas pessoas.
Aminas biogênicas, como a feniletilamina encontrada em chocolates, queijos envelhecidos e vinho tinto, também são reconhecidas como desencadeantes de enxaquecas.
Além disso, nitratos e nitritos, presentes em carnes curadas e embutidos, têm sido identificados como fatores que podem agravar a enxaqueca.
Por fim, a tiramina, uma substância presente em alimentos como queijo cheddar, camembert, levedo de cerveja, peixe em conserva, vinho tinto, cerveja, vagens e café, é amplamente reconhecida como um gatilho potente para enxaqueca.
Compreender a relação entre alimentação e enxaqueca é essencial para quem sofre dessa condição. Identificar e evitar os alimentos que desencadeiam crises pode ser um passo importante na gestão das enxaquecas, permitindo uma melhor qualidade de vida e controle sobre os sintomas.
Vitaminas que ajudam na prevenção
Como vimos anteriormente, a relação entre enxaqueca e alimentação pode desencadear crises.
No entanto, algumas vitaminas podem ajudar na prevenção, enquanto sua deficiência pode agravar os sintomas.
Confira algumas vitaminas que podem ajudar:
Magnésio
O magnésio é um mineral essencial que participa de várias reações bioquímicas no corpo, incluindo a função muscular e nervosa.
A deficiência de magnésio tem sido associada a enxaquecas, e a suplementação pode ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das crises.
Alimentos ricos em magnésio incluem amêndoas, espinafre, abacate e legumes.
Vitamina D
A vitamina D é vital para a saúde óssea e imunológica. Baixos níveis de vitamina D têm sido associados a várias condições de saúde, incluindo enxaquecas.
A exposição ao sol é uma forma eficaz de obter vitamina D, além de fontes alimentares como peixes gordurosos, fígado de boi e gemas de ovo.
Coenzima Q10
A coenzima Q10 é um antioxidante que ajuda na produção de energia nas células. Alguns estudos sugerem que a suplementação com coenzima Q10 pode ser benéfica na redução da frequência de enxaquecas. A coenzima Q10 pode ser encontrada em carnes, peixes, nozes e óleos vegetais.
Vitaminas do complexo B
Entre as vitaminas mais destacadas, as vitaminas do complexo B merecem uma menção especial.
O complexo B é composto por várias vitaminas que desempenham funções essenciais no metabolismo e na saúde do sistema nervoso. Vitaminas, como a riboflavina (B2), a niacina (B3), a piridoxina (B6), e a cobalamina (B12), podem ajudar a prevenir enxaquecas.
A inclusão dessas vitaminas e minerais na dieta, seja por meio de alimentos ou suplementos, pode ser uma estratégia eficaz para muitas pessoas que buscam reduzir a frequência e a intensidade das suas crises de enxaqueca.