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A gestação é uma fase de grande plasticidade celular, de maneira a tornar o organismo suceptível à programação metabólica. A dieta e o estilo de vida materno, neste período, irão fazer com que o feto passe por mudanças epigenéticas tanto favoráveis, quanto desfavoráveis de acordo com os hábitos dessa gestante. Uma boa alimentação e suplementação neste momento trarão beneficios que irão perdurar pela vida inteira deste indivíduo. A dieta da gestante influencia diretamente na formação do bebê pois os nutrientes se acumulam no tecido fetal. O cérebro do feto começa a se desenvolver a partir da terceira semana gestacional e é um processo prolongado, que depende da diferenciação de células e continua até a adolescência.
O DHA é um ácido graxo essencial da família Ômega 3. Os ácidos graxos essenciais não são sintetizados pelos seres humanos portanto devem ser ingeridos na alimentação.
Na fase gestacional o DHA é necessário para a formação de todas as membranas celulares do sistema nervoso central e também protege o cérebro de estresse oxidativo e inflamação. Devido ao seu alto grau de poli-insaturação, o DHA confere à membrana uma grande fluidez, sendo essa essencial para que os neurotransmissores desempenhem suas funções.
O DHA pode prolongar uma gestação de risco, aumentar o peso do recém nascido, aumentar o comprimento e circunferência de cabeça ao nascimento, aumentar acuidade visual, melhorar coordenação de mão e olhos e melhorar a cognição do bebê. Além desses benefícios, existem também estudos sobre a redução de doenças no trato respiratório no primeiro mês de vida do bebê.
Os peixes com maiores concentrações de ômega 3 são a cavala; o arenque e o salmão. O óleo de linhaça, as nozes e as algas se destacam como fonte de origem vegetal. Recomenda-se então uma ingestão de pelo menos 300g por semana de peixe rico em ômega 3 para atingir as necessidades nutricionais, porém, devemos observar a qualidade desse pescado devido à contaminação de metilmercúrio. Os peixes que possuem maior concentração deste metal tóxico são os de grande porte justamente ricos em ômega 3. No periodo gestacional a recomendação é consumir peixes 3 vezes por semana e variar entre os de grande, médio e pequeno porte. A ingestão de metais pesados causam prejuízos para mãe e para o bebê.
Durante o útimo trimestre de gestação e nos primeiros 18 meses após o nascimento o DHA é depositado no córtex cerebral, deste modo na lactação a ingestão de DHA pela mãe continua sendo de extrema importância. Isso se deve ao fato de que crianças no início da vida possuem uma imaturidade enzimática e não conseguem fazer a conversão de todo o DHA necessário, necessitando então do leite materno.
Nutricionista Camila Pitanga
CRN07100930
Referências:
Nutrição funcional: da fertilidade à gestação / Natália Marques, Fernanda Serpa, Michele Teixeira – São Paulo: Valéria Pascoal Editora Ltda., 2018. –(Coleção nutrição Clínica Funcional). 312 p.